quinta-feira, 14 de abril de 2011

publicado em 14/04/2011 às 10h00:

Instituto do governo afirma que maioria dos
aeroportos não deve ficar pronta até a Copa

Obras previstas não atenderão a demanda de passageiros durante o evento
Gustavo Gantois, do R7, em Brasília

Daniel Teixeira/28.mar.2011/AEDaniel Teixeira/28.mar.2011/AE
Em Guarulhos, tapumes indicam locais de obras do aeroporto
Publicidade
Estudo divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, promete dar muita dor de cabeça ao governo. Isso porque o documento afirma que, dos 13 aeroportos com obras previstas para a Copa de 2014, nove não terão condições de finalizar seus empreendimentos a tempo de receber os milhões de turistas que desembarcarão por aqui.

O documento, divulgado nesta quinta-feira (14), apresenta uma análise dos investimentos feitos pelo governo na infraestrutura aeroviária desde o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De 2003 até 2010, foram investidos R$ 8,8 bilhões nos aeroportos brasileiros, uma média de R$ 1,1 bilhão por ano.

O montante pode até parecer alto, principalmente quando o governo afirma que fará um investimento de R$ 5,6 bilhões até 2014, em uma média de R$ 1,4 bilhão por ano. O problema é que outros institutos dão conta de uma necessidade maior de dinheiro. A Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) diz serem necessários R$ 20 bilhões até 2022 e a Fundação Dom Cabral calcula em R$ 25,5 bilhões até 2016.

Como se não bastasse a questão financeira, o próprio governo dificulta ainda mais as coisas com a burocracia da máquina pública. Para colocar de pé uma obra de infraestrutura em transportes são necessárias várias licenças, principalmente ambientais, que fazem com que a construção desses empreendimentos no Brasil leve, em média, 92 meses. Isso dá mais de sete anos.

No estudo, o Ipea afirma que as obras no aeroporto de Manaus, por exemplo, cujo prazo de conclusão é dezembro de 2013, só ficarão prontas em 2017. Ou seja, se todos os prazos forem respeitados, o aeroporto só estará operando em plena capacidade depois da Copa. O mesmo quadro se repete nos aeroportos de Brasília, Fortaleza, Guarulhos (São Paulo), Salvador, Campinas e Cuiabá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário